Em abril deste ano, 32 brigadistas comunitários voluntários da Serra do Amolar participaram de um treinamento de formação e reciclagem no Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense (PARNA). A capacitação, organizada pela Ecoa com apoio do Projeto GEF Terrestre e parceiros, ampliou as possibilidades de atuação desses moradores, que agora podem trabalhar de forma qualificada e remunerada também em propriedades vizinhas, como reservas privadas, áreas de conservação e fazendas.
Para Edilaine Nogales, integrante da brigada e moradora da Serra do Amolar, essa formação foi decisiva.
“Tenho privilégio hoje de ser formada e trabalhar com essa profissão que, graças a Deus, é reconhecida. […] A oportunidade veio através da Ecoa, da gente fazer essa formação e hoje estar atuando da melhor forma com os EPIs, saber agir da melhor forma e estar apta a trabalhar a hora que é preciso pra prevenção, não só quando estiver pegando fogo”, afirmou.
Edilaine e sua irmã fazem parte de uma equipe de oito brigadistas, representando a força feminina no protagonismo comunitário.
Um dos primeiros resultados práticos do curso foi a contratação da brigada pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Jaguarte para manutenção de aceiros e trilhas nos 48 hectares da propriedade. O proprietário, Diego Viana, destacou o valor dessa parceria e o “conhecimento tradicional dos moradores e moradoras da região, que conhecem cada detalhe da paisagem e desempenham um papel essencial na conservação do Pantanal.”
A manutenção de aceiros, faixas de terra limpas para impedir a propagação do fogo, é fundamental na prevenção de incêndios. Com a formação recebida, os brigadistas oferecem esse serviço com qualidade e segurança, contribuindo para proteger fauna, flora e comunidades pantaneiras.
Edilaine ressalta que a atuação vai além do combate direto às chamas:
“A gente atuou fazendo aceiro numa área particular, e isso é de extrema importância para manter o nosso Pantanal mais vivo e preservando o que nós temos de mais bonito, que é os nossos animais, as nossas florestas, as nossas paisagens e as comunidades aqui do nosso Pantanal.”
O que começou como trabalho voluntário agora também é fonte de renda e valorização cultural, mostrando que é possível unir conservação ambiental e fortalecimento comunitário com os próprios moradores como guardiões do Pantanal.
Da Redação
Foto: Assessoria