Pela segunda vez em menos de um mês, a Câmara Municipal de Coxim assumiu o protagonismo na administração municipal ao aprovar, por 12 votos a favor e uma abstenção, o projeto que autoriza o parcelamento dos débitos da Prefeitura com o Regime Próprio de Previdência (IMPC). A medida, defendida como essencial para evitar colapso financeiro, expõe a dificuldade do prefeito Edilson Magro em equilibrar as contas públicas, como havia prometido durante sua gestão.
Após semanas de discussão e análises nas comissões legislativas, os vereadores aprovaram o projeto com a recomendação de que o Executivo crie uma Comissão de Equilíbrio Financeiro. O objetivo é acompanhar a gestão fiscal e prevenir novos parcelamentos no futuro. A aprovação do parcelamento evita que o município enfrente problemas ainda maiores, como a interrupção de serviços públicos e atrasos salariais.
Essa não é a primeira vez que a Câmara intervém para aliviar a pressão sobre o Executivo. Recentemente, os vereadores devolveram R$ 800 mil aos cofres municipais, impedindo cortes nos salários dos servidores que haviam sido anunciados pelo prefeito. Em vídeo publicado nas redes sociais, Magro reconheceu a importância da devolução e admitiu que a medida evitou um desgaste ainda maior com os trabalhadores municipais.
Justificativas do Executivo
O prefeito argumenta que os débitos com a previdência são reflexo de investimentos acima do mínimo constitucional nas áreas de saúde e educação. Segundo dados apresentados, até o 4º bimestre de 2024, o município aplicou 22,98% na saúde (7,98% acima do exigido) e 28,97% na educação (3,97% acima do mínimo).
Desde sua reeleição, Edilson Magro enfrenta crescentes críticas por medidas de austeridade que impactam diretamente servidores e serviços públicos. Além do pedido de parcelamento previdenciário, o prefeito editou decretos para reduzir custos e restringir gastos não essenciais. Mesmo com essas ações, as finanças do município permanecem pressionadas, evidenciando dificuldades na gestão. Os vereadores alertaram que, embora o parcelamento seja um alívio temporário, ele exige uma gestão mais rigorosa para evitar que a situação se repita.
Da Redação
Foto: Assessoria/Hugo Crippa