03 de Out, 2025
Campo Grande tem a segunda pior gestão fiscal entre capitais, aponta Firjan
22 de Set, 2025

Campo Grande enfrenta um dos piores momentos de sua gestão fiscal recente, de acordo com o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) 2024, divulgado na semana passada. A capital sul-mato-grossense ficou na penúltima colocação entre as 26 capitais avaliadas, com nota geral de 0,578 ponto, considerada "situação fiscal difícil", à frente apenas de Cuiabá (0,524).

Apesar de ter nota máxima em autonomia (1,000), o que indica capacidade de arrecadação suficiente para arcar com a própria estrutura administrativa, Campo Grande teve desempenho fraco nos demais critérios avaliados: Gastos com pessoal: 0,410; Investimentos: 0,470; Liquidez: 0,431.

Os dados expõem o baixo nível de investimentos públicos, comprometimento excessivo com folha de pagamento e falta de caixa para arcar com obrigações, um retrato de má gestão orçamentária. “Mesmo com maior folga fiscal, continuamos com uma parcela significativa de cidades em situação desfavorável, evidenciando desigualdades históricas e mantendo o Brasil longe de patamar elevado de desenvolvimento”, afirmou Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan.

Ele ressalta que, embora os repasses, como os R$ 177 bilhões do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em 2024, tenham contribuído para alívio fiscal, o problema central segue sendo estrutural. “As cidades precisam desenvolver ações para estimular a economia e gerar recursos localmente. Assim, além de não ficarem tão vulneráveis aos ciclos econômicos, darão oportunidades para a população, com melhoria da renda e da qualidade de vida”, reforça Caetano.

MS tem extremos

Se por um lado Campo Grande amarga um dos piores resultados do país, o Mato Grosso do Sul apresenta exemplos positivos de equilíbrio fiscal. De acordo com a Firjan, 25 municípios do Estado estão em situação "excelente" e 34 em "boa", enquanto 16 vivem situação “difícil” e um foi classificado como “crítico”: Amambai, com apenas 0,331 ponto.

Na outra ponta, municípios como Figueirão, Ribas do Rio Pardo, Paraíso das Águas e Corguinho atingiram nota máxima (1,000), figurando entre as gestões municipais mais sólidas do país. Também se destacam Laguna Carapã (0,990), Brasilândia (0,940) e Bataguassu (0,925).
Já entre os que estão em situação fiscal difícil, estão Naviraí (0,498), Jardim (0,478), Ladário (0,443), Bela Vista (0,441) e Vicentina (0,423).

Capital distante da média nacional

Enquanto a média das capitais brasileiras no IFGF foi de 0,788 ponto, Campo Grande aparece bem abaixo. No ranking nacional, as capitais com melhor desempenho foram:


Vitória (ES) — 1,000


São Paulo (SP) — 0,9467


Salvador (BA) — 0,9460


Aracaju (SE) — 0,9454


Essas cidades atingiram excelência nos quatro indicadores avaliados.

Da Redação

Foto: Assessoria




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