A cidade de Naviraí se prepara para um grande impulso econômico com o início das obras do complexo industrial de processamento de soja da Copasul, previsto para começar em março. O investimento, que soma R$ 1,013 bilhão, promete gerar empregos, movimentar o comércio e fortalecer o setor agroindustrial no município.
O anúncio oficial foi feito durante coletiva de imprensa com a participação de diretores da Copasul, representantes do Executivo Municipal, da Associação Comercial e Industrial e da Câmara de Vereadores. Segundo o diretor-executivo da cooperativa, Adroaldo Taguti, a nova unidade terá 55.000 metros quadrados de área construída, incluindo estruturas para preparação e extração de óleo e farelo de soja.
Impacto econômico
A implantação da agroindústria vai gerar, até agosto, 1.500 empregos diretos e indiretos. Quando entrar em operação, em 2026, a unidade deve contratar 150 funcionários diretamente, movimentando R$ 4,2 milhões em salários anuais. O impacto econômico deve adicionar aproximadamente R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul, além de arrecadar R$ 220 milhões em ICMS, R$ 63 milhões em PIS/Cofins e R$ 12 milhões em IR e CSLL.
Diante desse cenário, o gerente municipal de Desenvolvimento Econômico de Naviraí, José Antônio Leal – Mano, destacou o compromisso da prefeitura em oferecer suporte para a execução do projeto. “É compromisso da Administração Municipal tomar as providências necessárias para apoiar este importantíssimo empreendimento e adequar o que for preciso. Tudo que for de responsabilidade do município, vamos garantir respaldo e celeridade”, afirmou.
Movimentação no comércio local
A chegada da indústria também deve impulsionar diversos setores da economia local. O presidente do Conselho de Administração da Copasul, Gervásio Kamitani, ressaltou que o aumento da circulação de trabalhadores e visitantes vai gerar novas demandas no comércio e nos serviços públicos.
“Iniciamos este sonho em 2014 e, 11 anos depois, conseguimos viabilizar os investimentos. A partir de agosto, mais de 1.500 pessoas estarão circulando na cidade, fazendo compras, movimentando lojas, hotéis e prestadores de serviços”, explicou Kamitani.
Ele destacou ainda que setores como saúde e segurança pública também precisarão de ajustes para atender ao crescimento acelerado do município. “Isso vai exigir esforços do Poder Público e da própria sociedade para atender as demandas dessa nova realidade econômica”, afirmou.
Outros investimentos e parceria com a UEMS
Além da unidade de processamento de soja, a Copasul também anunciou a construção de um laboratório de última geração, que contará com tecnologia de automação avançada e será referência nacional. O projeto será viabilizado por meio de uma parceria com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), que oferece o curso de Agroquímica, com foco na química voltada para o agronegócio.
“Esse novo laboratório demandará contratação de profissionais especializados, e a parceria com a UEMS é essencial para qualificar essa mão de obra. Precisamos agora do apoio da prefeitura para garantir a agilidade das licenças ambientais, além das autorizações da Polícia Federal e do Exército para o funcionamento da unidade”, afirmou Kamitani.
Estrutura e capacidade de produção
A Unidade de Processamento de Soja da Copasul será construída ao lado da Fecularia da cooperativa, às margens da BR-163, no km 142,5, em Naviraí. O complexo industrial ocupará uma área de 115 hectares e terá capacidade para processar 1 milhão de toneladas de soja por ano.
Entre os principais números do empreendimento, destacam-se:
Capacidade de processamento diário: 3.000 toneladas de soja (50 mil sacas), podendo chegar a 4.000 toneladas/dia na operação total;
Armazenagem: 150.000 toneladas de soja, 70.000 toneladas de farelo, 10.000 toneladas de óleo degomado bruto e 3.624 toneladas de casca;
Infraestrutura de apoio: estacionamento para caminhões, escritório, refeitório, vestiários, laboratório, oficinas de manutenção, pátio de biomassa, balanças rodoviárias e estação de tratamento de efluentes.
O projeto segue as diretrizes do Governo do Estado para a agroindustrialização e agregação de valor às commodities locais, consolidando-se como um dos maiores investimentos do setor em Mato Grosso do Sul.
Empregos gerados
A estimativa é de que o empreendimento gere:
1.500 empregos diretos e indiretos na fase de construção;
150 empregos diretos após o início das operações;
1.897 empregos indiretos na cadeia produtiva da soja, conforme estimativa da Aprosoja.
Com o avanço das obras, Naviraí se prepara para um novo ciclo de crescimento econômico, impulsionado pelo agronegócio e pela chegada de um dos maiores complexos industriais da região.
Da Redação
Foto: Assessoria
