A 1ª Promotoria de Justiça de Jardim prorrogou por mais um ano o inquérito civil que apura as causas da seca no Rio da Prata, em trecho localizado no município de Jardim, vizinho a Bonito — um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul.
Instaurada em julho de 2024, a investigação busca aprofundar a análise de impactos ambientais e identificar eventuais ações humanas irregulares nas nascentes do rio. A prorrogação, assinada pela Promotora de Justiça Substituta Laura Alves Lagrota, foi motivada pela necessidade de concluir diligências ainda em curso, como a verificação do retorno do fluxo hídrico na área afetada.
O Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim foi acionado para avaliar a situação em até cinco dias e, se necessário, promover o resgate de peixes isolados devido à seca.
Na última sexta-feira (19), uma nova operação de resgate, autorizada e acompanhada pelo MPMS, salvou 148 peixes de diferentes espécies que estavam presos em poças no leito seco do rio. Os animais foram transferidos para áreas mais profundas e seguras. A ação contou com o apoio de voluntários, técnicos do Instituto Guarda Mirim, policiais ambientais, funcionários de uma fazenda da região e representantes do setor turístico.
Entre os peixes resgatados estão 76 lambaris, 36 curimbas, 10 piraputangas, 5 traíras, 8 pacus-péva, 6 joaninhas e 7 canivetes. O alerta foi emitido no início de setembro, e, com o agravamento do calor, a intervenção se tornou urgente para evitar maiores perdas.
Segundo a promotora, “o trabalho do MPMS tem sido decisivo tanto para autorizar as ações de resgate quanto para conduzir a investigação sobre as causas da interrupção do fluxo hídrico”. O inquérito já conta com informações da Polícia Militar Ambiental e do Instituto Guarda Mirim.
A crise hídrica que atinge o Rio da Prata e outros rios da região, como o Miranda, reforça a urgência de um planejamento ambiental sustentável. O Ministério Público, ao atuar de forma preventiva e emergencial, busca preservar os ecossistemas e garantir que medidas estruturais sejam adotadas por meio da articulação com instituições, sociedade civil e o Conselho do Meio Ambiente.
Da Redação
Foto: Assessoria