Dois pescadores amadores de Jardim descobriram na terça-feira (30 de setembro) uma rede de pesca ilegal atravessada no rio Miranda, na localidade do Passo do Ariranha, na divisa dos municípios de Jardim, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Nioaque. O uso do apetrecho é proibido pelo decreto estadual nº 15.166, de 21 de fevereiro de 2019. A pena para quem 1 a 3 anos de detenção, multa de 700 a cem mil reais, mais 20 reais por quilo de pescado capturado irregularmente.
O guia de pesca Juliano Schneider disse, em exclusividade ao portal MS De Norte a Sul, que todos os dias está no rio conduzindo turistas: "Na tarde de terça-feira, eu e o meu parceiro de pesca Naor Graúna estávamos pescando perto da `ponte do Reverendo Moon`, a gente percebeu a rede esticada de ponta a ponta no rio. Essa não foi a primeira vez que achamos uma rede ali, mas desta vez resolvemos filmar e cortar pra ver se esses criminosos param de fazer isso”.
Juliano fez uma filmagem dizendo ao parceiro para recolher o petrecho proibido e cortá-lo com uma faca. Segundo ele, a rede de emalhar tinha em torno de 25 metros de comprimento, mas sem peixes presos nela. “Uma equipe da PMA (Polícia Militar Ambiental) estava fiscalizando a região, passou por nós um pouco antes, subindo o rio. Daí recolhemos a rede, e levamos em uma pousada para que fosse entregue aos policiais militares ambientais quando eles retornassem”.
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A região tem hotéis e diversos ranchos de pesca que nesta época do ano estão sempre cheios de turistas de todo o Brasil. Para Juliano, a pesca ilegal prejudica a economia local e imagem do turismo de pesca da região.
“Estávamos há meses sem peixe aqui, mas desde a semana passada está subindo cardumes, então agora está tendo muito peixe na região. Infelizmente isso atrai pessoas de má fé também, que utilizam tarrafa, lambada, rede… o pessoal tenta de tudo”.
Há três dias a PMA informou que estava intensificando a fiscalização de pesca na região, com uso de drone termal, tecnologia que amplia o alcance e a precisão das operações, inclusive à noite.
Segundo a instituição, “a ação, realizada no encontro dos rios Miranda (pesca permitida) e Prata (pesca proibida), reforça o compromisso da PMA na proteção da biodiversidade, coibindo práticas ilegais e preservando um dos principais patrimônios naturais e turísticos do país”.