02 de Out, 2025
Seca recorde reduz superfície hídrica do Pantanal em 61% e acende alerta de colapso ecológico
09 de Jun, 2025

O Pantanal enfrenta sua maior crise ambiental em décadas. Em 2024, o bioma perdeu 61% da sua superfície hídrica e registrou a pior seca em 75 anos, conforme apontado por especialistas durante o seminário "Pantanal: Patrimônio, Desafios e Perspectivas", promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) em Campo Grande, nos dias 4 e 5 de junho.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 1,7 milhão de hectares do Pantanal foram queimados até setembro, o que representa 11,3% de toda a extensão do bioma. Os mais de 9 mil focos de calor, em sua maioria provocados por ação humana — como queimadas irregulares e práticas agropecuárias —, agravaram o cenário.

“Estamos em um sistema que é resiliente e convive com a seca, mas não no nível que estamos atingindo. Se ultrapassarmos a saúde do ecossistema e não fizermos um manejo racional, estaremos impactando a sustentabilidade das atividades econômicas que já usam esse ecossistema”, alertou a pesquisadora da Embrapa e colaboradora do MPF em Dourados , Débora Calheiros.

A abertura do seminário reforçou o papel do MPF e de instituições públicas no enfrentamento da crise ambiental. “A atuação conjunta do MPF e dos MPs estaduais no Pantanal é imprescindível para enfrentar os eventos climáticos na região, especialmente as secas e incêndios”, declarou o subprocurador-geral da República Aurélio Rios.

O evento contou ainda com a presença de representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa). O procurador-chefe do MPF em Mato Grosso do Sul, Luiz Eduardo Camargo, destacou que “somente com atuação articulada dos MPs nós conseguiremos respostas satisfatórias para enfrentá-las”.

Além dos impactos climáticos, os debates abordaram a urgência da criação de uma lei federal para proteção do Pantanal, conforme determina a Constituição. “Para entender o Pantanal e saber usar, a gente tem que entender os limites de uso sustentável do bioma”, reforçou Calheiros.

Da Redação
Foto: Assessoria




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